Home office: saiba o que pega bem e o que pega mal pedir e fazer

Especialista em carreiras dá dicas de como lidar com situações comuns no trabalho em casa.

O home office foi um desafio para muitos profissionais, para não misturar a vida pessoal com o trabalho, e para as empresas, que se viram obrigadas a dar suporte às equipes para o modelo de trabalho. 

Após alguns meses de atuação, as adaptações aconteceram, mas a noção de até que ponto o profissional pode se ausentar do trabalho remoto para tratar de situações pessoais, ainda causa confusão e desentendimento na comunicação entre as duas partes envolvidas. 

Por isso, confira abaixo uma série de pontos analisados pelo especialista em carreiras, Antonio Batist, que são comuns no home office.

Posso falar que tenho que ir ao banheiro?

Algumas empresas têm breves pausas cronometradas de 10 minutos ou similares nos sistemas de controle de jornada. Outras são mais flexíveis, bastando que você diga que precisa se ausentar por alguns minutos, sem detalhar os motivos.

Observe se o trabalho possui prazo específico ou mais se é flexível e se sua ausência pode gerar danos (alguns trabalhos exigem resposta imediata do profissional). Os procedimentos no home office podem variar segundo o cargo, ramo da empresa, sistemas e acordos. 

Em todo caso, convém verificar com a chefia quais procedimentos a empresa está adotando – algumas formalizam contratos, acordos específicos ou até lançam manuais – e combinar eventuais ausências.

Se estiver em reunião online, peça um minuto via texto, diga que precisa se ausentar, mas que voltará logo. Em seguida, feche sua câmera e microfone e vá. Evite sair sem avisar, não atrapalhe o áudio de ninguém e não exponha detalhes desnecessários.

Posso pedir para colocar comida para o cachorro?

Como o pet conseguia se alimentar antes do home office? Estar em casa não deve transformar o trabalho em um vendaval de interrupções. Combine tarefas com outras pessoas da casa: isso ajuda a ter foco durante o trabalho. 

Organize melhor as tarefas, caso more só. Mas o ponto de partida sempre deve ser este: verificar quais procedimentos a empresa está adotando para o home office e combinar eventuais ausências com sua chefia.

Se estiver em reunião online, se não houver alternativa, peça um minuto via texto, feche sua câmera e microfone e vá cuidar do pet.

Posso participar de reunião com cachorro latindo ou bebê chorando?

Pode, mas é essencial tentar reduzir o barulho. Algumas alternativas são fechar seu microfone ou usar microfones que reduzam a captação de sons de outras direções, fechar a porta, ficar mais distante da fonte de barulho. 

Barulhos intensos e recorrentes – e sem nenhuma providência por parte do trabalhador – não são um bom sinal.

Posso pedir para fazer um lanchinho?

Antes do home office, como você lidava com lanches e refeições durante o trabalho? Verificar quais procedimentos a empresa está adotando para o home office e combinar eventuais pausas e ausências com sua chefia é o melhor caminho.

Em relação a reuniões online, também é preciso bom senso. Antes do home office, você ficava saindo no meio para lanchar? Ficava lanchando na frente de todos durante as reuniões presenciais?

Posso não ligar a câmera nas reuniões?

É importantíssimo ligar a câmera sempre que possível, a menos que haja alguma orientação da empresa em sentido contrário. 

Se houver motivo para não ligar (problema técnico, por exemplo), convém avisar. Timidez, olheiras e afins não são bons pretextos para não ligar a câmera.

Posso ficar com o microfone ligado?

O ideal é habilitar o microfone somente quando for falar (e conferir se ele está ligado quando estiver falando). 

A captação indesejada de sons e outras interferências de áudio é uma das reclamações mais recorrentes em reuniões online e passa uma imagem de pouco profissionalismo, além de atrapalhar os demais.

Posso trabalhar fora do horário sem avisar a chefia?

Isso pode gerar hora extra, banco de horas, etc. Aqui entram em cena a CLT e os acordos. Muitas empresas seguem certa rigidez de horários e de outras normas, mesmo em home office. Outras são mais flexíveis, mas convém que a chefia esteja ciente sobre horários alternativos e outras exceções por parte do profissional.

Verifique quais procedimentos a empresa está adotando para o home office e combine possibilidades de eventuais exceções com sua chefia.

Posso mandar mensagens no grupo fora do meu horário?

Convém enviar mensagens apenas no horário de expediente. Mensagens fora do expediente, especialmente se forem cobranças sobre prazos e metas, podem vir a gerar efeitos (de psicológicos e jurídicos) indesejáveis. 

Em todo caso, verifique quais procedimentos a empresa está adotando para o home office e combine eventuais exceções com sua chefia.

Posso falar sobre assuntos aleatórios no grupo de trabalho?

Convém evitar assuntos que não sejam o foco do trabalho. Comunicação leve e bem humorada é diferente de piadas sem fim. Consciência e espiritualidade são diferentes de discussões políticas intermináveis e chuvas de correntes. 

Desabafos recorrentes, fulanização, fofocas e afins não deveriam ser o foco de um grupo de trabalho. Você quer se tornar o “tio do pavê” em pleno grupo de trabalho?

Posso comentar sobre trabalho no grupo nas minhas férias?

Assim como o home office não é férias, as férias não são home office. Pode-se fazer algum comentário isolado e pontual, mas só se for realmente indispensável. 

Mas, você também pode trocar sua atitude de comentar sobre trabalho pela atitude de simplesmente apreciar suas férias.

Posso falar que preciso receber uma encomenda?

Pense no que você fazia para receber encomendas quando não estava em home office. Verifique quais procedimentos a empresa está adotando para o home office e combine eventuais ausências com sua chefia.

Em caso de estar em reunião, se não restar alternativa, peça um minuto (via texto), feche sua câmera e microfone.

Posso pedir uma pausa para resolver um problema doméstico?

Como os problemas domésticos eram resolvidos antes do home office? Quais problemas são urgentes e quais poderiam esperar um pouco? Verifique quais procedimentos a empresa está adotando para o home office e combine eventuais ausências com sua chefia.

Em caso de estar em reunião online, se for algo urgente e sem alternativas, peça um minuto (via texto), feche sua câmera e microfone.

Posso pedir uma pausa para preparar o almoço?

Como você lidava com o almoço antes do home office? Organizar as atividades de casa para que elas não prejudiquem o trabalho pode até parecer um “superpoder”. Mas isso é, na verdade, o mínimo que se espera de um profissional que não está mais perdendo horas diárias em engarrafamentos, por exemplo. Verifique quais procedimentos a empresa está adotando para o home office e combine eventuais ausências com sua chefia.

O especialista ainda alerta que as dicas em relação às reuniões online são para as que têm maior número de participantes ou nas quais o funcionário não é o condutor. Em caso de haver poucos participantes ou se o profissional estiver comandando a reunião, as restrições contra interrupções tendem a ser maiores.

Fonte: com informações do G1

Nova NF-e Nacional unificará emissão fiscal no país a partir de 2026

Empresas devem iniciar adaptações já em 2025 para atender ao novo modelo fiscal, que conviverá com o sistema atual até 2033.

16/06/2025

 

A partir de julho de 2025, empresas de todo o país iniciarão a fase de testes da nova Nota Fiscal Eletrônica Nacional (NF-e Nacional). O modelo, que substituirá os sistemas estaduais atualmente utilizados para emissão de documentos fiscais, será obrigatório em 2026.

A mudança faz parte do processo de simplificação fiscal promovido pela Reforma Tributária, sancionada em 2024, e exigirá das empresas uma reestruturação profunda em seus sistemas fiscais e operacionais. O prazo de adaptação é considerado apertado por especialistas, especialmente diante da complexidade tributária brasileira e da necessidade de operarem dois modelos fiscais simultaneamente até 2033.

 

O que é a NF-e Nacional

A Nota Fiscal Eletrônica Nacional foi desenvolvida para unificar os sistemas estaduais de emissão de notas fiscais no Brasil. O novo modelo será obrigatório para todos os contribuintes que emitem a NF-e modelo 55 (Nota Fiscal de Produtos) e a NFC-e modelo 65 (Nota Fiscal ao Consumidor Eletrônica).

Além da unificação, a NF-e Nacional já está estruturada para atender às novas exigências trazidas pela Reforma Tributária. O documento fiscal terá campos específicos para a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e para o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que substituirão tributos como PIS, Cofins, ICMS, IPI e ISS.

 

Fase de testes e cronograma de implantação

A implantação da NF-e Nacional começará com uma fase de testes a partir de julho de 2025. Essa etapa permitirá que empresas, desenvolvedores de software e órgãos fiscais ajustem seus sistemas e processos ao novo modelo.

A partir de 2026, a emissão da NF-e Nacional passará a ser obrigatória em todo o país. No entanto, o sistema atual de emissão continuará válido até 2032, com a possibilidade de prorrogação até 2033. Durante esse período, as empresas terão que administrar simultaneamente dois regimes fiscais: o modelo vigente e o novo modelo nacional.

Essa convivência prolongada exigirá investimentos em tecnologia, parametrização de sistemas e treinamento de equipes para garantir a conformidade tributária em ambas as modalidades.

 

Impactos da NF-e Nacional para as empresas

A implementação da NF-e Nacional exigirá uma série de ajustes nos sistemas de gestão (ERPs) das empresas. Será necessário:

Reconfigurar os parâmetros de emissão fiscal para atender ao novo layout da nota;
Ajustar regras de validação e cálculos tributários;
Adaptar processos internos para tratar das novas obrigações fiscais;
Garantir a correta apuração e escrituração dos novos tributos CBS e IBS.
Especialistas alertam que empresas que não iniciarem o processo de adequação com antecedência podem enfrentar riscos significativos, como autuações fiscais, inconsistências nos documentos e perda de produtividade.

Segundo a Receita Federal, a adaptação é fundamental para evitar falhas operacionais durante o período de transição e para assegurar que a apuração dos créditos tributários ocorra corretamente.

 

Desafios da convivência entre dois modelos fiscais

Um dos maiores desafios para as empresas será a convivência entre o modelo atual e a NF-e Nacional até 2033. Durante esse período, será necessário emitir notas fiscais em ambos os sistemas e manter o controle rigoroso sobre a apuração de tributos nos dois modelos.

Além disso, ainda existem pontos indefinidos sobre a Reforma Tributária que impactam diretamente a operacionalização da NF-e Nacional, como a definição da alíquota final da CBS e do IBS. Estimativas indicam que a carga tributária somada desses novos tributos poderá ultrapassar 25%, o que reforça a necessidade de planejamento financeiro e fiscal.

 

Vantagens esperadas com a nova NF-e

Entre os benefícios da NF-e Nacional estão:

Maior simplificação no processo de emissão fiscal;
Redução da cumulatividade dos tributos;
Maior transparência na apuração de créditos fiscais;
Integração facilitada entre os entes federativos;
Padronização nacional das regras fiscais.
De acordo com o Ministério da Fazenda, a nova nota fiscal eletrônica faz parte de um esforço para modernizar o sistema tributário brasileiro e reduzir a complexidade fiscal que hoje impõe altos custos de conformidade às empresas.

 

Urgência na adaptação

Diante do cronograma estabelecido, especialistas recomendam que as empresas iniciem imediatamente o planejamento e a atualização de seus sistemas. Segundo a Receita Federal, o período de testes será crucial para que empresas e fornecedores de software possam validar o correto funcionamento das novas exigências.

“Empresas que deixarem para adaptar seus sistemas apenas na véspera da obrigatoriedade correm sérios riscos de não conseguir cumprir os novos requisitos fiscais, o que pode gerar autuações e prejuízos operacionais”, alertou a Receita em nota técnica.

Além da atualização tecnológica, será necessário capacitar as equipes envolvidas no processo de emissão fiscal, incluindo áreas de contabilidade, tecnologia da informação e operação logística.

 

Próximos passos para as empresas

Para garantir uma transição segura, as empresas devem:

Verificar com seus fornecedores de ERP a disponibilidade de atualizações compatíveis com a NF-e Nacional;
Iniciar o mapeamento de processos internos que precisarão de ajustes;
Acompanhar a publicação de normas complementares da Receita Federal e dos fiscos estaduais e municipais;
Participar ativamente da fase de testes para identificar possíveis falhas antes da obrigatoriedade.

Com informações adaptadas da Agência Noar

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