Em transmissão ao vivo nas redes sociais do presidente Jair Bolsonaro, na noite desta quinta-feira (25), o ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou que as linhas especiais de crédito para empresas de menor porte poderão ter um perdão parcial para tomadores que estejam em dia com as parcelas e não tenham impostos atrasados.

De acordo com Guedes, isso se deve a parte dos programas de crédito colocados em prática durante a pandemia da Covid-19 obterem “desempenho inicial satisfatório”.

Ele não detalhou como será colocado em prática o bônus de adimplência, apenas explicou que a medida poderá beneficiar os bons pagadores. “O sujeito pequeninho foi lá, pegou empréstimo, trabalhou bem, conseguiu se recuperar e pagou os impostos. A gente pode dar o bônus de adimplência, perdoa o crédito”, disse.

Guedes ainda citou os juros “ainda altos” do cheque especial como entrave para a retomada da economia. Em tom de brincadeira, cobrou do presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, uma solução para diminuir as taxas.Crise econômica

Em uma leitura de cenário sobre a crise provocada pela pandemia, o ministro disse que a economia brasileira já “bateu no fundo do poço” e, assim como nos últimos meses, reiterou que existem condições para uma recuperação em “V”, quando a retomada econômica ocorre rapidamente depois de um choque.

Segundo ele, a economia estava como “um urso hibernando”, mas está com os sinais vitais preservados.

Sobre as previsões para os próximos meses da economia, Guedes ressaltou que, num momento de crise grave, como o atual, é impossível fazê-las. Mas, para ele, a projeção de encolhimento de 9,1% do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país), divulgada ontem (24) pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), deve estar errada.

O Relatório de Inflação do Banco Central divulgado hoje apresentou uma estimativa mais otimista, com contração de 6,4% do PIB brasileiro em 2020.

Em relação à recuperação depois do fim da pandemia, o ministro citou como prioridades o avanço na revisão de marcos regulatórios e a Renda Brasil, novo programa social do governo que unificaria os atuais.