Muitas escolas estão sofrendo pressão para que reduzam ou deem desconto pelos mais diversos motivos. Mas ceder a essa pressão não resolverá o problema de manter o aluno matriculado na escola. Se assim fosse, nós seríamos os primeiros a aconselhar isso. Veja o comunicado na íntegra. 

COMUNICADO

 Caro mantenedor,
Vivemos um momento muito difícil, com essa pandemia do novo coronavírus (COVID-19), que afeta todo o País. Uma crise sem precedentes, que atinge profundamente a classe média brasileira.

Tem chegado ao nosso conhecimento que muitas escolas estão sofrendo pressão, inclusive com abaixo-assinados, para que reduzam ou deem desconto pelos mais diversos motivos. Mas ceder a essa pressão não resolverá o problema de manter o aluno matriculado na escola. Se assim fosse, nós seríamos os primeiros a aconselhar isso. Mas temos a responsabilidade de dizer a verdade, mesmo que ela seja duramente criticada.

E a verdade é que os custos das escolas estão muito mais altos agora na pandemia do que antes, porque, além de todas as contas, folha salarial, e aluguéis, houve gastos em tecnologia, sistemas, internet etc., para fornecer as aulas a distância; tudo isso sem nenhuma ajuda oficial.

Outra pressão que estamos sofrendo é por parte de projetos de leis populistas e completamente descolados da realidade de custos e necessidades do nosso segmento, em manter uma escola. Nós estamos lutando contra isso, pois esses projetos querem estabelecer descontos na marra, da educação infantil ao ensino superior, sem distinção.

Felizmente, o bom senso tem colocado ao nosso lado diversos aliados, como o próprio PROCON-SP, o Governo Federal, o STF e outros órgãos, cujo entendimento geral é que temos um contrato anual com as famílias, dividido em parcelas. Então, não há o que se falar em desconto, pois não são “mensalidades”.

Precisa-se tomar muito cuidado com essa história de “desconto”, pois o custo das escolas é anual, e não mensal; por isso também as parcelas não podem ser consideradas “mensalidades”. Além disso, todas as escolas precisam levar em consideração que vão precisar repor as aulas, cumprir as 800 horas legais e que terão mais custos ainda.

Portanto, é necessário termos muita cautela nessa situação. A pandemia está colocando à prova toda a comunidade escolar. Dar desconto generalizado não é a solução. Então, a única saída possível é analisar de maneira pontual, caso a caso, a dificuldade dos pais. E, dependendo da situação, adiar o pagamento para mais à frente, quando a situação ficar mais clara.

Mantenedor, não tenha dúvida: a crise é profunda e ninguém ficará imune a ela.


Benjamin Ribeiro da SilvaPresidente do Sieeesp