O que muda nas pequenas empresas com novo sistema de informação

O ano começou com boas notícias aos pequenos empresários brasileiros. O Sebrae e o Governo Federal estão trabalhando juntos em um sistema de informação para qualificar o ambiente de negócios. Saiba que ferramentas merecem destaque e como elas afetarão a sua rotina.

A desburocratização no Empreender Mais Simples

É verdade que nem tudo que vira notícia acaba se confirmando na prática. Mas ao menos na teoria é bastante válida a proposta para reduzir a burocracia e trazer mais agilidade aos processos de gestãoem micro e pequenas empresas.

O programa, batizado de Empreender Mais Simples, prevê a criação de dez sistemas para diminuir a complexidade e o tempo empregado no cumprimento de obrigações tributárias, previdenciárias, trabalhistas e relativas à formalização. Ele é fruto de um convênio assinado em janeiro entre o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o Governo Federal.

A meta do Sebrae é investir R$ 200 milhões até o final de 2018 na elaboração dos sistemas, alguns deles já em uso por alguns empreendedores no país.

Segundo declarou na oportunidade o presidente da entidade, Guilherme Afif Domingos, a proposta parte do princípio que, quanto menos tempo o empreendedor perde com processos burocráticos, mais tempo sobra para ele cuidar do negócio e aumentar a sua lucratividade.

Uma curiosidade do evento de lançamento do programa ocorreu quando Afif Domingos apresentou uma extensa lista de obrigações impostas às empresas optantes pelo Simples Nacional. O longo pedaço de papel representou bem a situação paradoxal do regime simplificado de recolhimento de impostos: simples, mas nem tanto assim.

Confira na foto de Charles Damasceno, da Agência Sebrae, o momento em que Afif surpreendeu o público.

Quais são as 10 etapas do sistema de informação

Entre os dez sistemas de informação anunciados pelo Sebrae para integrarem a rotina de micro e pequenas empresas, nem todos são realmente novos. Alguns, como a Redesimples e o e-Social já são em parte conhecidos, embora não tenham efetivamente saído do papel até o momento.

A Redesimples, ou Redesim, foi inicialmente prevista na Lei Federal 11.598, publicada em dezembro de 2007. Às vésperas de completar dez anos, portanto, os esforços serão para fazer valer a sua estratégia.

Abrir uma empresa em apenas dois dias é uma das metas. Atualmente, tamanha celeridade para registro do negócio é privilégio de poucas cidades – São Paulo foi uma das últimas a aderir.

Já no caso do e-Social, o novo sistema de informação pretende adaptar a ideia que vem sendo implantada para o cumprimento de obrigações relacionadas a empregados domésticos. A proposta é que um novo e-Social surja exclusivamente para pequenas empresas.

E os objetivos são um tanto audaciosos: eliminar 13 obrigações acessórias, unificando o cumprimento de obrigações trabalhistas e previdenciárias através de um portal específico. Com isso, contribuições destinadas à Previdência e relacionadas com o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) seriam integradas à guia do Simples Nacional.

Melhorias também devem ocorrer no Portal do Simples Nacional, permitindo que o Documento de Arrecadação (DAS) seja pago eletronicamente ou debitado mensalmente em conta corrente. E está ainda prevista uma reformulação do Portal do Empreendedor, ampliando os serviços disponíveis no canal.

Veja a relação completa do que vem por aí:

  1. Implantação do sistema Redesimples
  2. Documentos fiscais eletrônicos das micro e pequenas empresas
  3. e-Social
  4. Processo de restituição automatizada do Simples Nacional
  5. Pedido eletrônico de isenção de IPI e IOF
  6. Pedido simplificado de restituição e compensação
  7. Repositório nacional de dados do Simples Nacional
  8. Aprimoramento do Portal do Empreendedor e Conta Corrente (fiscal) do MEI
  9. Sistema de pagamento do Simples Nacional por modalidades eletrônicas
  10. Sistema de parcelamento do Simples Nacional.

Como a sua empresa pode ganhar com isso

Não é de hoje que a tecnologia tem contribuído significativamente para a manutenção, crescimento e, em alguns casos, até com a longevidade de pequenos negócios no país. É através desse tipo de inovaçãoque os processos vêm se tornando mais simples, tanto na gestão das empresas quanto na sua própria operação.

Como seria se os controles financeiros ainda fossem realizados no papel? E se os registros de despesas e receitas fossem anotados exclusivamente em um caderno? Como ficaria a análise do fluxo de caixa em um cenário assim?

E a conciliação bancária, já imaginou checar cada entrada e saída do caixa e compará-la manualmente com o extrato de sua conta corrente? Difícil, cansativo e demorado, não é mesmo?

A possibilidade de utilizar sistemas de gestão online no dia a dia do empreendedor é só um dos exemplos de como a tecnologia tem ajudado. E ela é novamente a base do projeto anunciado para o Sebrae.

Se as mudanças terão efetivamente o grau de revolução esperado, só o futuro dirá. Mas todos os dez novos sistemas de informação anunciados têm em comum o aproveitamento da tecnologia para simplificar a rotina na linha de frente das pequenas empresas.

Ao empreendedor, cabe estar atento ao que virá e fazer uso das novidades, na medida em que estiverem disponíveis, para tornar seu dia mais produtivo. Pela amostra de momento, cada vez menos tempo deve ser dedicado para atividades que pouco contribuem com o negócio.

Mais dinheiro à vista

Mas nem só de avanços em sistemas de informação o Empreender Mais Simples será feito. Como parte do programa, R$ 8,2 bilhões serão disponibilizados até 2018 pelo Banco do Brasil e BNDES. O Sebrae promete acompanhar os empreendedores durante e após a contratação do empréstimo para minimizar casos de inadimplência.

Em sua quarta edição, o Termômetro ContaAzul apurou que o principal investimento planejado para 2017 pelos pequenos empresários é criar uma reserva financeira e ter capital de giro para financiar a própria operação. Se isso não for possível de ser concretizado com recursos próprios, ao menos opções de crédito estarão disponíveis.

Apesar do prazo de pagamento em até 48 vezes, da carência de até 12 meses para quitar a primeira parcela e da isenção do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), quem buscar o financiamento deve estar atento às taxas de juros, que possuem índices a partir de 1,56% ao mês.

Considerações finais

Neste artigo, apresentamos algumas das novidades que devem ser implantadas até o final do próximo ano no país, tornando menos burocrática a vida do pequeno empresário brasileiro.

Se você está entre aqueles que tentam deixar o dia mais produtivo, além de aguardar pela concretização do Empreender Mais Simples, olhe para dentro da própria empresa e veja o que pode fazer para otimizar seu tempo à frente do negócio.

As soluções tecnológicas estão ao seu alcance e nem sempre exigem um grande investimento. Com criatividade e a informação certa, você chega lá.

Fonte: Via ContaAzul.com

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